Semana MLB | Muitos times ainda brigam pelos playoffs, e isso bagunça a janela de transferências
A disputa pela maior parte das divisões nem está tão apertada, mas, na corrida pelos três wildcards de cada liga, a classificação está muito embolada. Apenas seis times estão mais de 7 partidas atrás de uma vaga nos playoffs: Toronto Blue Jays, Los Angeles Angels, Oakland Athletics, Chicago White Sox, Colorado Rockies e Miami Marlins. Todos esses teriam motivos para serem vendedores, para negociar seus melhores jogadores. Isso significa que todos os outros 24 clubes da MLB estariam à procura de reforços. Claramente há um desequilíbrio entre a (pouca) oferta por jogadores e a (grande) procura.
Essa realidade dá muito poder de barganha às equipes mais fracas, que podem aproveitar a oportunidade para cobrar mais alto pelos seus principais talentos, como Bo Bichette e Vladimir Guerrero Jr. (Blue Jays), Jazz Chisolm (Marlins) e Mason Miller (Athletics). Ou mesmo de jogadores medianos, que podem valer um pouco mais do que em um cenário normal.
Para tornar o cenário ainda mais delicado, o Toronto informou que não pretende se desfazer de Bichette e Guerrero Jr, pois ambos estarão sob contrato até o final de 2025 e a franquia tem esperança de, no ano que vem, voltar a ser competitiva. Ou seja, menos jogador de alto nível disponível para negócio. Por isso, o Philadelphia Phillies pagou alto (dois de seus arremessadores mais promissores) aos Angels por um veterano reliever.
Com isso, o mercado deve ter uma dinâmica menos comum. Times que ainda estão na briga pelos playoffs aceitando negociar jogadores e reconhecendo que não estão prontos para ir longe na pós-temporada.
Esse modelo de negócio foi visto nesta sexta (dia 26), quando o Tampa Bay Rays cedeu Randy Arozarena ao Seattle Mariners em troca de três promessas. As duas equipes disputam as mesmas vagas de wildcard da Liga Americana, mas a franquia da Flórida talvez esteja aceitando que não está pronta para dar o salto que falta para pegar uma das vagas e prefira pensar no futuro.
Outra franquia que poderia agir nessa linha é o Detroit Tigers. O time de Michigan tem um dos melhores arremessadores da Liga Americana (Tarik Skubal), mas há dúvidas se teria condições de realmente pensar em título com o elenco atual adicionado de mais ou um outro reforço. Trocar Skubal por três grandes promessas daria condições para os Tigres pensarem realmente alto em dois ou três anos.
Com isso, a atual janela de mercado tende a ser marcante. O pessimista tem motivos para acreditar que ela será lembrada por ser pouco movimentada. Mas, olhando de forma otimista, há uma chance de termos negócios relevantes em longo prazo. Transações que ajudam a transformar franquias na segunda metade da década. Vai ser interessante acompanhar.
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta (vez ou outra atrasa para o sábado) uma nova edição
Três strikes
O San Diego Padres demorou 53 anos para ter seu primeiro no-hitter, mas o segundo veio rapidinho, apenas três anos depois. Na última quinta (dia 25), Dylan Cease fez o jogo completo sem ceder uma rebatida sequer ao Washington Nationals. O arremessador dos Padres vem em ótima sequência, com apenas duas rebatidas cedidas e nenhuma corrida nas últimas três partidas.
Mason Miller, fechador e principal figura do Oakland Athletics na temporada, ficará fora de ação por algumas semanas. O arremessador sofreu uma fratura na mão esquerda após um acidente enquanto se preparava para um exercício. Como ele é destro, não deve demorar para ele voltar a ter condições de jogo, mas ele só voltaria depois do fechamento da janela de transferências, em 30 de julho. Mesmo sendo estreante na liga, o desempenho de Miller é tão bom que muitos consideram que valeria a pena para os A’s negociá-lo já nesta temporada, pensando em reconstruir o elenco em longo prazo. Essa possibilidade não fica descartada com a lesão, mas se torna menos provável.
Anote na agenda. A próxima sexta é o dia em que a ESPN entra na brincadeira do filme “Dodgeball” e se transforma em ESPN The Ocho. Momento de transmitir eventos esportivos bizarros, como queimada, escadas escorregadias e omegaball, um futebol com três times em campo ao mesmo tempo. Mas, neste ano, duas das modalidades alternativas são ligadas ao beisebol: o wiffle ball, beisebol com bola de plástico jogado em espaços reduzidos (como o quintal de uma casa), e o kickball, um beisebol em que se chuta a bola ao invés de rebater. As duas transmissões estão na grade de programação no final desse post.
Brasileiros
Thyago Vieira não fez nenhuma partida na última semana. Neste sábado (dia 27), o Milwaukee Brewers o colocou no mercado para abrir espaço para AJ Puk, arremessador que chegou do Miami Marlins. O arremessador brasileiro ficará uma semana à disposição dos outros clubes e, se nenhum mostrar interesse, ele ficará sem time.
Dúvida do fã de esporte
Qual dos três times que passam para os playoffs ganhando sua divisão pega o time que venceu o wildcard? O de pior campanha? Ou é sorteado? Samuel Augusto Freitas, Gravataí-RS
Na verdade, não há mais um jogo apenas de wildcard. Quando havia, o campeão de divisão com melhor campanha que pegava o vencedor do confronto entre os dois wildcards. Mas os playoffs mudaram há dois anos, e agora são três times se classificando por wildcard. No atual formato, os dois campeões de divisão com melhor campanha já se classificam automaticamente para as “semifinais de liga”. Enquanto isso, o pior campeão de divisão enfrenta o terceiro wildcard e o primeiro wildcard enfrenta o segundo wildcard. Essa nova fase é realizada em melhor de três, com os times de melhor campanha fazendo todos os jogos em casa. Os dois vencedores enfrentam os dois times pré-classificados.